As mais variadas soluções são apresentadas à pobre mãe, puérpera, com um bebezinho que não para de chorar um segundo sequer (na visão daquela mãe ainda inexperiente, é o que parece). As soluções apresentadas passam pela tradicional “funchicória na chupeta”, quando a mãe decidiu dar chupeta para o bebê, até algum medicamento bastante conhecido ou mesmo por mamadeiras caríssimas que alegam ser “anticólicas”.
Essas soluções podem ser eficazes para a mãe que se decidiu pela mamadeira associada à chupeta, mas certamente não contemplam a mãe que optou pela amamentação. E aqui vem a polêmica. O bebê amamentado em livre demanda dificilmente terá a famosa cólica. Sim, pode acontecer, mas é raro, bem raro. Porque o bebê amamentado, em geral, está frequentemente em contato com o corpo da mãe, e não existe nada, absolutamente nada, mais tranquilizante para um bebê que isso: o contato físico com a mãe.
Calma, isso tem explicação: o bebezinho estava, até pouco tempo antes, protegido dentro da barriga da mamãe, alimentado facilmente pelo cordão umbilical. De repente, aquele cordão que o alimentava é cortado, e ele se vê subitamente em um ambiente desprotegido, e afastado da mamãe que o protegia de forma automática. Como o bebê se adapta a isso? Pela amamentação. Ele busca o peito da mãe, para se manter alimentado e para se sentir seguro. É por isso que, enquanto está acordado, o bebê recém nascido (ou, vamos lá, o bebê até o terceiro mês) busca o colo e o peito da mamãe. Não é pela cólica, é pela segurança, pela necessidade de se sentir tranquilo junto da mãe.
“Ah, mas eu não posso ficar o dia todo com o bebê no colo”. É aí que entram os “facilitadores de colo”, ou slings. Trata-se de faixas de pano que servem de suporte para o peso do bebê, permitindo dar colo com as mãos livres, e que são um dos melhores “anti-cólicas” que existem.
Termino, aqui, com um recado a toda gestante e a toda mãe recente: em vez de incluir uma mamadeira caríssima no enxoval do bebê, inclua um bom sling. Vale o investimento.
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